segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O Texto Bíblico na Pregação do Evangelho

Entre as muitas dezenas de comentários da Bíblia que fui reunindo ao longo do tempo, em biblioteca electrónica ou em papel, o mais recente (Alan C. Mitchell, Hebrews. Sacra Pagina Series 13. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 2007. ISBN 978-0-8146-5815-4), faz claramente aflorar, na prática, o melhor método de trabalho exegético que deve preceder qualquer acto homilético de proclamação do Evangelho.

É muito triste assistir hoje à tendência de transformar o sublime estudo ou acto de homilética cristã num simples curso ou exercício de artes do espectáculo. O pregador não é um títere, ou representante ou mero actor. Ele é o anunciador fidelíssimo da Boa Nova, do Evangelho de Jesus Cristo; numa palavra, do acto mais sublime e solene da adoração cristã, da proclamação profética e apostólica de todo o conselho de Deus.

Educação Teológica

Preocupa-me o estado da educação teológica no seio das comunidades evangélicas do nosso país; sobretudo a formação das novas gerações de guias espirituais. Em tempos de tanta incredulidade e resistência ao Evangelho, também de tanta exigência em termos de substância bíblica e relevância na comunicação da mensagem, interrogo-me se estamos a acompanhar o fluir dos tempos face a toda uma dinâmica de mudança existencial e mental.

Quando se superficializam os conteúdos e descuida uma formação mais substantiva do que é essencial ao estudo e proclamação do Evangelho, os resultados podem ser catastróficos. Cursos sérios de Bíblia e teologia não podem dar-se esparsa e dispersamente, com uma disciplina ou duas por semestre ou ano, apenas em cursos nocturnos, a alunos exaustos após um árduo dia de trabalho e com uma família sempre à espera. 

Despertem igrejas e estruturas missionárias para a consciência de que fazer missões é também providenciar com bolsas de estudo a formação dos que verdadeira e comprovadamente se afirmam vocacionados de Deus para tão nobre ministério.

Graças a Deus pelos nobres exemplos de excepção!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A Verdadeira Mensagem de Natal

Os tempos que correm obrigam-nos a pensar mais seriamente no verdadeiro significado do Natal. No meio de tanto pessimismo, a mensagem que mais ouvimos nas festas de Natal que por aí abundam é, mesmo assim, uma mensagem de amor, generosidade, benevolência, amabilidade, fraternidade; a celebração efémera da alegria, da paz e da segurança que essas virtudes promovem e inspiram. Mas será esse o sentido último do verdadeiro do Natal?

Não! O verdadeiro Natal não está directamente ligado à exaltação das virtudes humanas ou ao culto do homem pelo homem, nem se esgota no amor ao próximo. Essas são algumas das suas consequências naturais. O verdadeiro Natal tem, isso sim, tudo a ver com o acto supremo do amor de Deus a favor do homem: o envio do seu Filho ao mundo para nos salvar.

Não é o que diz o texto áureo da Bíblia? “Deus amou o mundo de tal maneira, que lhe deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Não é também essa a mensagem do anjo anunciador do Evangelho? “Venho aqui trazer-vos uma Boa Nova que será motivo de grande alegria para todo o povo. Pois vos nasceu hoje, na cidade de David, o Salvador que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2:10-11). Foi para selar o cumprimento dessa gloriosa mensagem que muitos outros anjos a ele se juntaram louvando a Deus e cantando: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens a quem ele quer bem” (Lucas 2:14).

Repare que o cântico de júbilo entoado pelos anjos não fala expressamente de paz entre os homens. Infelizmente, neste tempo presente, os homens jamais se entendem. Fala, sim, da paz entre o homem e o seu Criador, da reconciliação do homem com Deus por Jesus Cristo, mediante um acto supremo de contrição e fé. Todas as restantes virtudes que dão sentido e sabor ao Natal como festa de família, amizade, solidariedade e paz são o resultado natural da nossa vida cristã em paz com Deus.

É este o Natal que celebramos. Feliz Natal com Jesus!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Religião Pura e Verdadeira

Religiões há muitas. Mas, pura e verdadeira só há uma. Dela fala Tiago sob a inspiração divina nos seguintes termos: “Ponham a Palavra de Deus em prática e não se contentem com ouvi-la, porque desse modo enganam-se a si mesmos. Aquele que se contenta com ouvir a Palavra e a não pratica é como alguém que se vai ver ao espelho e que, ao afastar-se, logo se esquece de como era. Aquele, porém, que presta atenção à lei verdadeira, a lei da liberdade, e nela persevera, não é como um simples ouvinte que logo se esquece, mas sim como quem a ouve e pratica, e que por ela encontrará a felicidade.

“Se alguém acha que é uma pessoa muito religiosa, mas não domina a sua língua, está completamente enganado; a sua religião é inútil. A religião pura e sem mácula diante de Deus nosso Pai, é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas nas suas tribulações, e afastar-se da corrupção do mundo” (Tiago 1:22-27).         

O termo ‘religião’, de re-ligare – ligar-se repetida e continuadamente ao divino – diz tudo: (1) Pressupõe uma permanente ligação com Deus, pela maravilhosa graça de Jesus; (2) Cumpre-se horizontalmente no nosso discipulado diário, como dedicados seguidores e imitadores de Cristo. Por outras palavras: amando a Deus sobre todos as coisas, nós alimentamos e realimentamos a nossa comunhão com Ele em adoração; amando o próximo como a nós mesmos, nós com ele nos solidarizamos nas suas dificuldades e mantemos a nossa vida impoluta e incontaminada guardando-nos da corrupção que há no mundo.

Ser cristão é, de facto, isto: fé em acção. E é na plenitude da vida cristã materializada em boas obras que verdadeiramente se cumpre em nós a religião pura e imaculada. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Será Possível?

Será possível amar e odiar ao mesmo tempo? Será possível ser crente no Senhor Jesus e não amar? Será possível maldizer e amaldiçoar aqueles que amamos? Será possível caluniar e difamar sem mentir? Será possível fazer tudo isso e ir para o Céu?

            Tantas vezes um homem disse mal do seu vizinho e lhe chamou ladrão, que o vizinho acabou por ser preso. Tempos depois, descobriu-se que o vizinho estava inocente. Após tanta humilhação e sofrimento, o rapaz foi solto e processou o caluniador.

Defendeu-se este em tribunal, dizendo ao juiz que se limitou a fazer comentários sem maldade ou segundas intenções. Ao que o juiz respondeu: “Escreva numa folha de papel o que disse do seu vizinho. A seguir, rasgue a folha em pedaços e espalhe-os pelo caminho no seu regresso a casa. Volte amanhã para ouvir a sentença”.

            Obedecendo às ordens do juiz, o homem voltou no dia seguinte ao tribunal para ouvir o veredicto: “Fez o que eu disse? Pois bem, antes de ouvir a sentença, vá de volta pelo caminho e tente apanhar todos os pedaços de papel que ontem espalhou.”

            “Não posso fazer isso, Senhor Dr. Juiz!” Respondeu o homem. “O vento deve tê-los espalhado tanto, que já não sei onde estão. É impossível recuperá-los”.

            Ao que o juiz retorquiu: “do mesmo modo, é agora impossível reparar as consequências do mal feito. Um simples comentário negativo, uma simples crítica destrutiva e mal-intencionada, um mero acto de maledicência, calúnia ou difamação de tal modo se espalha que jamais será possível apagar os seus efeitos, resolver os agravos causados e libertar a pessoa da vergonha e da agonia sofrida, podendo mesmo vir a destruir-lhe a própria honra.” E acrescentou: “Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor não dizer nada!

Sejamos senhores da nossa língua para não sermos escravos das nossas palavras. Nunca se esqueça: Quem ama não vê defeitos; quem odeia não vê qualidades; e quem é amigo vê as duas coisas, mas honra acima de tudo a amizade.”

Ao serviço do mal, “A língua é como um fogo; é um mundo de maldade. Sendo uma pequena parte do nosso corpo, ela pode contaminar a pessoa inteira e pode queimar a vida toda com o seu fogo infernal” (Tiago 3:6).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Conhecer Deus

Sobre este tema, como via de testemunho, veja página: http://www.conhecerdeus.com/

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Valor de um Bom Nome

Se há valores que a humanidade tem prezado ao longo da sua história, a honra, o direito ao bom nome e à honra, conta-se entre os primeiros. Toda a literatura bíblica e a própria literatura clássica dos gregos e dos romanos dão relevo a este valor. Pela defesa da sua honra os antigos faziam guerras e davam a própria vida.

O texto de I Coríntios 6:9-11 diz que os maldizentes não herdarão o Reino dos Céus. À semelhança dos demais pecados assinalados, é igualmente gravíssimo o atentado contra a honra de uma pessoa pela via da maledicência, da calúnia e da infâmia.

A boa reputação de uma pessoa não tem preço. E contribuir com leveza, com intenção ou sem ela, para a denegrir ou sujar o seu bom nome, carácter ou honra é crime; também este perdoável, se houver arrependimento e reparação, mas não deixa de ser um pecado que pode pôr em causa a vida eterna.

Como se diz no livro de Provérbios, “a boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro”. E uma vez manchada, não há justiça ou dinheiro que a possam restaurar. Daí o conselho de Provérbios 25:9-10: “Procura resolver a tua causa directamente com o teu próximo e não reveles o segredo de outra pessoa, para que não te recrimine aquele que o ouvir e não se te apegue a tua infâmia”.

Uma mentira, uma calúnia, uma transigência com a ética, uma decisão irracional ou um acto imoral podem destruir num instante a mais sólida reputação, o bom nome alcançado com sinceridade, verdade, honestidade, integridade, altruísmo e imparcialidade. Mas nós, como filhos de Deus e pessoas de bem, procuremos apenas investir no que é bom e serve para edificação.

 

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Batalha da Vida

Como exorta Fílon, o sábio judeu de Alexandria, "sê generoso e amável, pois todos à tua volta travam na vida uma grande batalha".
Só assim é possível dizer como o apóstolo Paulo no auge e na plenitude da vida: "Lutei pela boa causa, percorri o meu caminho e guardei a fé. Só me resta agora receber a merecida recompensa, que o Senhor me dará no Dia do Juízo" (II Tim. 4:7-8).
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Templo de Deus, o Nosso Corpo

Joni Tada, aquela jovem crente que ficou tetraplégica num acidente de mergulho, dá o seguinte testemunho ao fim de duas décadas de sofrimento:
"Algures no meu corpo quebrantado e paralisado está a semente do que eu virei a ser... Estou convencida de que, se houver espelhos no céu (e porque não?), a imagem que eu verei será indesmentivelmente 'Joni', se bem que uma Joni mais luminosa e muito melhor".
Como será o nosso corpo de ressurreição? O corpo ressurrecto de Jesus era um corpo tão real que caminhou com dois discípulos para Emaús, se confundiu com um jardineiro no monte da ressurreição, comeu pão com os discípulos junto ao mar da Galileia. Era um corpo real, mas não um clone do seu corpo terreno. Diz-nos Marcos que o Senhor Jesus apareceu numa outra forma (16:12). Ele era diferente, embora fosse o mesmo. Tão diferente, que Maria Madalena e alguns dos seus discípulos o não reconheceram à primeira vista, nem havia barreiras físicas para os seus movimentos. Igualmente o nosso será um corpo diferente: o mortal revestido da imortalidade, o corruptível revestido da incorruptibilidade, o físico e material revestido do espiritual e eterno (I Cor. 15:35-55).
A vida continua, mas o nosso sofrimento não. Perante o último suspiro, Deus nos receberá na sua glória e, um dia, quando o Senhor Jesus voltar, o nosso corpo e a nossa alma se reencontrarão. Seremos como Jesus e estaremos para sempre ao seu lado no seu Reino glorioso.
O facto de sabermos que Deus vai restaurar o nosso corpo abatido e torná-lo semelhante ao corpo glorioso do Senhor Jesus é por si motivador de uma vida consonante e condizente. Viveremos para sempre neste corpo corrigido, restaurado e aperfeiçoado. Glorifiquemos, pois, a Deus no nosso corpo. E, se Deus lhe dá tanto valor que o faz seu santuário (I Cor. 6:19), vamos respeitar e honrar o nosso corpo, vamos cuidar da sua saúde, do seu alimento, do seu uso, da sua manutenção e preparação para o Céu.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Teologia do Novo Testamento

Depois da Teologia do Novo Testamento de George Ladd, a actualíssima obra de Thomas Schreiner, New Testament Theology: Magnifying God in Christ (Grand Rapids: Baker Academic, 2008), virá seguramente a afirmar-se como um novo clássico dos estudos bíblicos e teológicos.
Como justamente assevera Donald Hagner, Professor Emérito do Fuller Theological Seminary, esta obra prima dos estudos bíblicos "é como bebida fresca num deserto de pós-modernidade" Sólida e relevantemente informada, exegética e canonicamente fundamentada, ela é uma teologia do NT verdadeiramente genuína, podendo mesmo considerar-se a melhor teologia do Novo Testamento escrita nas últimas décadas. O estudante de teologia bíblica e teológica não deve nem pode mesmo ignorá-la.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Deus, Escritura e Hermenêutica

Reflectindo sobre "Deus, Escritura e Hermenêutica", Kevin Vanhoozer afirma que, na reflexão teológica, "Deus deve ser o nosso primeiro pensamento, a Escritura o nosso segundo pensamento, e a hermenêutica o nosso terceiro e último pensamento". E acrescenta: "Fazer teologia envolve os três pensamentos, juntos e em simultâneo". 
O seu livro God, Scripture and Hermeneutics: First Theology (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 2002) é um forte apelo a ser hermenêutico sobre teologia e a ser teológico sobre hermenêutica, aquilo a que ele chama "primeira teologia". É, no fundo, reconhecer a aplicação do tão celebrado círculo hermenêutico: "Eu preciso de crer para compreender, e preciso de compreender para crer". 
Em suma: não devemos pensar sobre a pessoa de Deus à parte do testemunho autorizado da Escritura, não devemos pensar sobre a Escritura à parte do seu divino autor e tema central, não devemos pensar sobre hermenêutica - sobre interpretar ou como interpretar a Escritura - à parte da exegese bíblica (p. 10); isto é, à parte de uma análise, interpretação e compreensão profundas do texto bíblico.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Aprendendo a Viver em Paz

Charles Stanley, pastor sénior da Primeira Igreja Baptista de Atlanta, nos Estados Unidos da América por mais de trinta anos e autor de bestsellers, escreveu recentemente um livro que é bem o testemunho da sua vida, Finding Peace. Neste livro sobre a Paz, um Maravilhoso Presente de Deus para Você, nós encontramos "ferramentas para resolver problemas passados e desapontamentos, para enfrentar inquietações presentes e para dirimir preocupações sobre o futuro".
Numa das suas frases lapidares, ele diz: "Quanto mais obedecermos ao Senhor, mais facilmente confiaremos nEle, e quanto mais confiarmos nEle, maior será a paz que sentiremos."

sábado, 27 de setembro de 2008

Liberdade em Democracia

É triste saber que, mesmo nas democracias mais paradigmáticas do mundo ocidental, se faz pressão e perseguição de palavras por razões religiosas.
Diz Rui Duarte, num breve tema de reflexão sobre Convicções, que "no novo debate da lei (do divórcio), uma Sra Deputada do Bloco de Esquerda (BE) disse que o veto presidencial foi baseado nas 'convições' do Sr. Presidente sobre o casamento... Segundo a Sra Deputada, o PSD estaria numa 'atrapalhação', 'condicionado' pelo conservadorismo da sua presidente, Manuela Ferreira Leite".
"Fixem-se as palavras-chave: 'convicções', 'conservadorismo'. No léxico da esquerda política, progressista, moderno, evoluído, têm este vocábulos uma acepção pejorativa. No uso que a esquerda dele faz, teriam como equivalentes semânticos as noções éticas de 'retrógrado', inquisitorial', 'fundamentalista', 'intolerante', 'preconceituoso'; as civilizacionais de 'antediluviano', 'primitivo', 'pré-histórico', 'subdesenvolvido', 'atrasado', 'pitecantropo'; as culturais-educacionais de 'primário', 'inculto', 'indouto', e 'juvenil-popular de daaahhhh!!!!"... A esquerda - principalmente a do BE - como novo criador e intérprete da moral e bons costumes, vê no 'conservador' como que o supremo pecador, e no 'conservadorismo' e em ter 'convicções' o supremo pecado, réu de juízo e merecedor de inferno."
"Não, não está errado ter convicções", acrescenta, "a esquerda bate-se por convicções. O errado é que elas sejam diferentes das que a esquerda - ou certa esquerda -, a nova e auto-proclamada guardiã da árvore do fruto do bem e do mal, advoga... E o Sr. Presidente da República foi culpado disso. Culpado de ter convicções".
Os meios de comunicação social deixam passar facilmente esta mensagem, trucidando, crucificando tudo o que não é, na sua visão monolítica do mundo e da vida, "politicamente correcto". "Sara Palin, acrescenta Rui Duarte, "tem convicções. Cristã, evangélica, é contra o aborto, a favor da abstinência sexual antes do casamento, contra a legitimidade de uma união matrimonial entre indivíduos do mesmo sexo". Por isso é tão atacada. Explora-se a sua vida familiar, a sua vida religiosa, interpretam-se descontextualizada e enviesadamente as suas convicções, para se criar um caso e a expor ao ridículo. 
"Na qualidade de cristãos", acrescenta ainda Rui Duarte, "temos o direito de defender Cristo, a sua doutrina, a sua moral, de anunciar e de pautar a nossa vida, pensamento e discurso pelo paradigma de Cristo... É o mesmo direito que assiste aos outros, como a esquerda, do BE, do PCP, do PS e de parte do PSD, de pautar a sua vida por Marx, Trotsky, Olof Palme, Sá Carneiro, ou outro qualquer." Mas esse direito, em nome do seu direito, eles o negam a todo o cristão que é mais assumido e consequente na defesa das suas convicções! 
Democracia, por que códigos de convicção e conduta se pauta a tua liberdade? Ou será que a estás a perder? Melhor, a sacrificar à 'divindade' do 'politicamento correcto'?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Democracia e Ética Cristã

Sensibilizado pela realidade contemporânea das democracias ocidentais, o filósofo alemão Jürgen Habermas diz, a certa altura, que a democracia requer dos seus cidadãos qualidades que ela não lhes pode dar. Os políticos poderão fazer passar a visão exaltada de uma sociedade livre, próspera e saudável, mas nenhum governo pode suprir as qualidades de honestidade, compaixão e responsabilidade pessoal que devem alicerçar e sustentar essa visão.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fragmentos dos Evangelhos: Prova de Antiguidade

O papirólogo alemão Carsten Thiede identificou o mais antigo fragmento do Evangelho Segundo Marcos entre os documentos encontrados na Gruta 7 de Qumran (capítulo 6, versículos 52-53). Uma das mais conceituadas papirólogas do nosso tempo confirma o carácter definitivo desta descoberta. Indo mais além, Thiede examinou três fragmentos de um códice conservado na Universidade de Oxfordo (Mateus, capítulo 26) e, da análise a que os submeteu pelo processo do Carbono 26, determinou a sua idade que foi fixada no início do primeiro século da nossa era, entre 40 e 70 d.C. O facto de o manuscrito haver sido escrito em forma de livro, quando os originais eram apresentados em forma de rolos, pode mesmo confirmar a antiguidade mais remota.
Esta tese, como a defende Claude Tresmontant da Universidade de Paris, Sorbonne, sustenta que os evangelistas foram contemporâneos de Jesus e verdadeiros repórteres da sua existência, derrubando assim a de alguns teólogos contemporâneos segundo a qual os evangelhos foram escritos muito tempo depois da morte de Jesus.
(Cf. http://www.pierreweil.pro.br/Novas.htm).

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A Verdadeira Adoração

Recomendo o livro, O que diz a Bíblia sobre Adoração, de Robert Dickie. É uma versão recente de What the Bible Teaches About Worship, que aborda questões fundamentais sobre um dos temas mais candentes da experiência cristã recente.
Na sua conclusão, o autor observa: "Não podemos negar que hoje existem na igreja debates, batalhas, lutas e conflitos a respeito deste assunto da adoração. Perguntas-chave, tais como: "O que é a adoração?", Como devemos adorar?" "O que é adoração aceitável?" estão em debate intenso. Não existe qualquer indicação de que estas questões desaparecerão em breve. As "guerras de adoração", conforme têm sido chamadas, estão presentes em base permanente. Mas isto não é tão ruim. Sempre que a igreja teve de enfrentar, no passado, uma crise referente à doutrina e à prática, a crise foi usada por Deus para obrigar seus fiéis a entenderem e definirem com clareza, na geração deles, o que a Bíblia ensina a respeito dessas questões controversas. Acredito que a igreja verdadeira será fortalecida e purificada após esses debates... A nossa maior preocupação deve ser que a nossa adoração seja cristocêntrica e reflicta o exemplo de adoração que está sendo realizada agora mesmo na sala do trono, no céu".

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Não sejas mera sombra ou eco

Identifico-me com John Piper quando, em síntese, diz: Deus fez-nos com o mais sublime propósito. "Tudo foi criado por meio dele e para ele" (Colossenses 1:16). É esta a razão por que existimos: manifestar a glória de Deus. Fomos criados para engrandecer a Deus, e a nossa glória consiste em dar-lhe glória. Não cumprir este propósito corresponde a ser uma mera sombra do destino que Deus se propôs dar-nos.
De facto, nós não fomos criados para ser apenas ecos e sombras. "Fomos criados para termos as características do nosso Deus, para fazermos música divina e causarmos um impacto divino... Mas quando os homens abandonam o seu Criador e amam mais as outras coisas, eles se tornam semelhantes às coisas que amam - insignificantes, fúteis, sem valor, inconsequentes e depreciadores de Deus".
Dar glória a Deus é, pois, a razão última da nossa vida. Por essa razão, a nossa sexualidade foi redimida ("Fugi da impureza... Porque fostes comprados por bom preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo" - I Coríntios 6:18, 20). Por essa razão, as nossas orações são ouvidas ("E tudo quanto pedirdes em meu nome isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho" - João 14:13). Por essa razão também, praticamos boas obras ("Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus - Mateus 5:16).
Não sejas apenas um eco, uma mera sombra do que estás destinado a ser. Desperta do sono de uma existência fugaz neste mundo de sombras. Sê verdadeiramente um discípulo de Jesus Cristo.
"Ó Pai, como tememos o desperdício dos nossos anos!
Perdoa-nos por amarmos o envolver-nos com coisas vazias
E por nosso pequeno amor para contigo.
Faze-nos perceber a fé letal em ídolos inocentes.
Dá-nos ser sadiamente livres de todas as joias sem valor.
Faze-nos levar o peso de glória
E torna-nos mais semelhantes a teu Filho.
Em seu nome todo-sustentador, oramos. Amém."

(John Piper
, Penetrado pela Palavra, 23-26)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Brincando com o Fogo

Os cristãos evangélicos baptistas honram-se de uma história multissecular, de mais de quatro séculos, em que a doutrina e os valores do evangelho de Jesus Cristo permanentemente enformaram o seu código de princípios e de conduta moral e ética. 
Entre os pilares que sustentam o edifício espiritual das igrejas que esta nobre sensibilidade cristã representa, contam-se: a sua fé na Palavra de Deus como única e suficiente regra de fé e prática; o respeito pela pessoa humana, manifesto desde as suas origens como pioneiros na defesa dos direitos humanos, nomeadamente os de uma liberdade de pensamento e expressão responsável, e os da liberdade religiosa; a separação da Igreja do Estado, como garante da sua independência na permanente defesa das grandes causas da Verdade e da Justiça, e na proclamação ousada e descomprometida de todo o conselho de Deus; a proclamação do evangelho de Jesus Cristo na sua totalidade, como fonte inspiradora de uma fé verdadeiramente viva, exercitada na unção e no poder do Espírito Santo.
Quem responsavelmente se identifica com os valores desta nobilíssima tradição cristã honra as suas origens e a sua história, respeita o bom nome da denominação a que diz pertencer e o seu ministério, sabe usar as imagens adequadas da linguagem, da figuração, da pintura ou da música, honrando e respeitando o outro, mesmo quando é crítico de faltas, excessos ou desvios dos cânones sagrados. Jamais se deixará levar por caminhos tortuosos e gratuitos de escárnio e maldizer, ou da publicação de imagens que tanto mais afrontam o evangelho de Jesus Cristo quanto mais tocam na fronteira do diabólico e satânico. 
A sério ou a brincar, em circunstância alguma o verdadeiro cristão abdicará de dizer a verdade em amor. É perigoso brincar com o fogo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Jesus Cristo Transformando a Cultura

Escreveu um dia Kierkegaard que "cristandade é... a traição do Cristianismo"; e que o mundo cristão de que tanto se fala não é mais do que apostasia do próprio Cristianismo. E Bonhoeffer acrescenta: "Um mundo que se tornou mau acaba por ter sucesso em fazer com que os cristãos se tornem também maus".
Este é o risco diário do crente. Ou ele abraça a cultura do presente século mau e se torna um mau discípulo de Jesus Cristo, ou nela está como poder de transformação e assume em pleno as virtudes da sua fé. Foi essa a ordem do Senhor Jesus, tão bem expressa pelo discípulo amado nas seguintes palavras: "Não ameis o mundo nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" (I João 2:15). "Vós sois o sal da terra", diz o Mestre no Sermão do Monte. "Mas se o sal perder o seu sabor, como voltará a ser salgado? Já não presta para nada, senão para se deitar fora e ser pisado por quem passa" (Mateus 5:13).
Que tremendo desafio para nós hoje! Nós que fazemos a diferença e permanecemos unidos a Cristo! Ou o Senhor Jesus é em nós o poder que transforma a cultura e nós decididamente nela somos sal e luz, ou nos deixamos de todo possuir pelas normas morais e culturais do materialismo e da secularização que violentam e enformam o mundo e o tempo em que vivemos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ser Cristão Hoje

O Cristianismo é mais do que uma religião. É um caminho, um estilo de vida, um discipulado, uma identificação plena com Jesus Cristo; identificação na mente, na alma e no coração com aquele que é a razão, a fonte e a origem do próprio Cristianismo.
Ser cristão de facto é identificar-se com Cristo num acto de fé genuína, é confessá-lo como seu Salvador e Senhor, é segui-lo na imitação plena da sua vida, dos seus valores, da sua doutrina.
Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mateus 16:24).

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sigamos a Verdade em Amor

Nos tempos difíceis que vivemos, a realidade última do Ser é relativizada, o sagrado é vandalizado e o próprio cristão ousa brincar com as coisas santas, arriscando-se a pôr em causa a fé que diz abraçar.
É bom que se tratem os valores da fé e da identidade cristã com elegância e sentido pedagógico de oportunidade, que se honrem os valores históricos de comunidades e denominações, que se não banalize, desrespeite ou tenha em menor honra a glória do ministério cristão.
Sim, "seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" Jesus nosso Senhor (o apóstolo Paulo aos Efésios 4:15).