sábado, 27 de setembro de 2008

Liberdade em Democracia

É triste saber que, mesmo nas democracias mais paradigmáticas do mundo ocidental, se faz pressão e perseguição de palavras por razões religiosas.
Diz Rui Duarte, num breve tema de reflexão sobre Convicções, que "no novo debate da lei (do divórcio), uma Sra Deputada do Bloco de Esquerda (BE) disse que o veto presidencial foi baseado nas 'convições' do Sr. Presidente sobre o casamento... Segundo a Sra Deputada, o PSD estaria numa 'atrapalhação', 'condicionado' pelo conservadorismo da sua presidente, Manuela Ferreira Leite".
"Fixem-se as palavras-chave: 'convicções', 'conservadorismo'. No léxico da esquerda política, progressista, moderno, evoluído, têm este vocábulos uma acepção pejorativa. No uso que a esquerda dele faz, teriam como equivalentes semânticos as noções éticas de 'retrógrado', inquisitorial', 'fundamentalista', 'intolerante', 'preconceituoso'; as civilizacionais de 'antediluviano', 'primitivo', 'pré-histórico', 'subdesenvolvido', 'atrasado', 'pitecantropo'; as culturais-educacionais de 'primário', 'inculto', 'indouto', e 'juvenil-popular de daaahhhh!!!!"... A esquerda - principalmente a do BE - como novo criador e intérprete da moral e bons costumes, vê no 'conservador' como que o supremo pecador, e no 'conservadorismo' e em ter 'convicções' o supremo pecado, réu de juízo e merecedor de inferno."
"Não, não está errado ter convicções", acrescenta, "a esquerda bate-se por convicções. O errado é que elas sejam diferentes das que a esquerda - ou certa esquerda -, a nova e auto-proclamada guardiã da árvore do fruto do bem e do mal, advoga... E o Sr. Presidente da República foi culpado disso. Culpado de ter convicções".
Os meios de comunicação social deixam passar facilmente esta mensagem, trucidando, crucificando tudo o que não é, na sua visão monolítica do mundo e da vida, "politicamente correcto". "Sara Palin, acrescenta Rui Duarte, "tem convicções. Cristã, evangélica, é contra o aborto, a favor da abstinência sexual antes do casamento, contra a legitimidade de uma união matrimonial entre indivíduos do mesmo sexo". Por isso é tão atacada. Explora-se a sua vida familiar, a sua vida religiosa, interpretam-se descontextualizada e enviesadamente as suas convicções, para se criar um caso e a expor ao ridículo. 
"Na qualidade de cristãos", acrescenta ainda Rui Duarte, "temos o direito de defender Cristo, a sua doutrina, a sua moral, de anunciar e de pautar a nossa vida, pensamento e discurso pelo paradigma de Cristo... É o mesmo direito que assiste aos outros, como a esquerda, do BE, do PCP, do PS e de parte do PSD, de pautar a sua vida por Marx, Trotsky, Olof Palme, Sá Carneiro, ou outro qualquer." Mas esse direito, em nome do seu direito, eles o negam a todo o cristão que é mais assumido e consequente na defesa das suas convicções! 
Democracia, por que códigos de convicção e conduta se pauta a tua liberdade? Ou será que a estás a perder? Melhor, a sacrificar à 'divindade' do 'politicamento correcto'?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Democracia e Ética Cristã

Sensibilizado pela realidade contemporânea das democracias ocidentais, o filósofo alemão Jürgen Habermas diz, a certa altura, que a democracia requer dos seus cidadãos qualidades que ela não lhes pode dar. Os políticos poderão fazer passar a visão exaltada de uma sociedade livre, próspera e saudável, mas nenhum governo pode suprir as qualidades de honestidade, compaixão e responsabilidade pessoal que devem alicerçar e sustentar essa visão.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fragmentos dos Evangelhos: Prova de Antiguidade

O papirólogo alemão Carsten Thiede identificou o mais antigo fragmento do Evangelho Segundo Marcos entre os documentos encontrados na Gruta 7 de Qumran (capítulo 6, versículos 52-53). Uma das mais conceituadas papirólogas do nosso tempo confirma o carácter definitivo desta descoberta. Indo mais além, Thiede examinou três fragmentos de um códice conservado na Universidade de Oxfordo (Mateus, capítulo 26) e, da análise a que os submeteu pelo processo do Carbono 26, determinou a sua idade que foi fixada no início do primeiro século da nossa era, entre 40 e 70 d.C. O facto de o manuscrito haver sido escrito em forma de livro, quando os originais eram apresentados em forma de rolos, pode mesmo confirmar a antiguidade mais remota.
Esta tese, como a defende Claude Tresmontant da Universidade de Paris, Sorbonne, sustenta que os evangelistas foram contemporâneos de Jesus e verdadeiros repórteres da sua existência, derrubando assim a de alguns teólogos contemporâneos segundo a qual os evangelhos foram escritos muito tempo depois da morte de Jesus.
(Cf. http://www.pierreweil.pro.br/Novas.htm).

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A Verdadeira Adoração

Recomendo o livro, O que diz a Bíblia sobre Adoração, de Robert Dickie. É uma versão recente de What the Bible Teaches About Worship, que aborda questões fundamentais sobre um dos temas mais candentes da experiência cristã recente.
Na sua conclusão, o autor observa: "Não podemos negar que hoje existem na igreja debates, batalhas, lutas e conflitos a respeito deste assunto da adoração. Perguntas-chave, tais como: "O que é a adoração?", Como devemos adorar?" "O que é adoração aceitável?" estão em debate intenso. Não existe qualquer indicação de que estas questões desaparecerão em breve. As "guerras de adoração", conforme têm sido chamadas, estão presentes em base permanente. Mas isto não é tão ruim. Sempre que a igreja teve de enfrentar, no passado, uma crise referente à doutrina e à prática, a crise foi usada por Deus para obrigar seus fiéis a entenderem e definirem com clareza, na geração deles, o que a Bíblia ensina a respeito dessas questões controversas. Acredito que a igreja verdadeira será fortalecida e purificada após esses debates... A nossa maior preocupação deve ser que a nossa adoração seja cristocêntrica e reflicta o exemplo de adoração que está sendo realizada agora mesmo na sala do trono, no céu".

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Não sejas mera sombra ou eco

Identifico-me com John Piper quando, em síntese, diz: Deus fez-nos com o mais sublime propósito. "Tudo foi criado por meio dele e para ele" (Colossenses 1:16). É esta a razão por que existimos: manifestar a glória de Deus. Fomos criados para engrandecer a Deus, e a nossa glória consiste em dar-lhe glória. Não cumprir este propósito corresponde a ser uma mera sombra do destino que Deus se propôs dar-nos.
De facto, nós não fomos criados para ser apenas ecos e sombras. "Fomos criados para termos as características do nosso Deus, para fazermos música divina e causarmos um impacto divino... Mas quando os homens abandonam o seu Criador e amam mais as outras coisas, eles se tornam semelhantes às coisas que amam - insignificantes, fúteis, sem valor, inconsequentes e depreciadores de Deus".
Dar glória a Deus é, pois, a razão última da nossa vida. Por essa razão, a nossa sexualidade foi redimida ("Fugi da impureza... Porque fostes comprados por bom preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo" - I Coríntios 6:18, 20). Por essa razão, as nossas orações são ouvidas ("E tudo quanto pedirdes em meu nome isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho" - João 14:13). Por essa razão também, praticamos boas obras ("Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus - Mateus 5:16).
Não sejas apenas um eco, uma mera sombra do que estás destinado a ser. Desperta do sono de uma existência fugaz neste mundo de sombras. Sê verdadeiramente um discípulo de Jesus Cristo.
"Ó Pai, como tememos o desperdício dos nossos anos!
Perdoa-nos por amarmos o envolver-nos com coisas vazias
E por nosso pequeno amor para contigo.
Faze-nos perceber a fé letal em ídolos inocentes.
Dá-nos ser sadiamente livres de todas as joias sem valor.
Faze-nos levar o peso de glória
E torna-nos mais semelhantes a teu Filho.
Em seu nome todo-sustentador, oramos. Amém."

(John Piper
, Penetrado pela Palavra, 23-26)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Brincando com o Fogo

Os cristãos evangélicos baptistas honram-se de uma história multissecular, de mais de quatro séculos, em que a doutrina e os valores do evangelho de Jesus Cristo permanentemente enformaram o seu código de princípios e de conduta moral e ética. 
Entre os pilares que sustentam o edifício espiritual das igrejas que esta nobre sensibilidade cristã representa, contam-se: a sua fé na Palavra de Deus como única e suficiente regra de fé e prática; o respeito pela pessoa humana, manifesto desde as suas origens como pioneiros na defesa dos direitos humanos, nomeadamente os de uma liberdade de pensamento e expressão responsável, e os da liberdade religiosa; a separação da Igreja do Estado, como garante da sua independência na permanente defesa das grandes causas da Verdade e da Justiça, e na proclamação ousada e descomprometida de todo o conselho de Deus; a proclamação do evangelho de Jesus Cristo na sua totalidade, como fonte inspiradora de uma fé verdadeiramente viva, exercitada na unção e no poder do Espírito Santo.
Quem responsavelmente se identifica com os valores desta nobilíssima tradição cristã honra as suas origens e a sua história, respeita o bom nome da denominação a que diz pertencer e o seu ministério, sabe usar as imagens adequadas da linguagem, da figuração, da pintura ou da música, honrando e respeitando o outro, mesmo quando é crítico de faltas, excessos ou desvios dos cânones sagrados. Jamais se deixará levar por caminhos tortuosos e gratuitos de escárnio e maldizer, ou da publicação de imagens que tanto mais afrontam o evangelho de Jesus Cristo quanto mais tocam na fronteira do diabólico e satânico. 
A sério ou a brincar, em circunstância alguma o verdadeiro cristão abdicará de dizer a verdade em amor. É perigoso brincar com o fogo.