É triste saber que, mesmo nas democracias mais paradigmáticas do mundo ocidental, se faz pressão e perseguição de palavras por razões religiosas.
Diz Rui Duarte, num breve tema de reflexão sobre Convicções, que "no novo debate da lei (do divórcio), uma Sra Deputada do Bloco de Esquerda (BE) disse que o veto presidencial foi baseado nas 'convições' do Sr. Presidente sobre o casamento... Segundo a Sra Deputada, o PSD estaria numa 'atrapalhação', 'condicionado' pelo conservadorismo da sua presidente, Manuela Ferreira Leite".
"Fixem-se as palavras-chave: 'convicções', 'conservadorismo'. No léxico da esquerda política, progressista, moderno, evoluído, têm este vocábulos uma acepção pejorativa. No uso que a esquerda dele faz, teriam como equivalentes semânticos as noções éticas de 'retrógrado', inquisitorial', 'fundamentalista', 'intolerante', 'preconceituoso'; as civilizacionais de 'antediluviano', 'primitivo', 'pré-histórico', 'subdesenvolvido', 'atrasado', 'pitecantropo'; as culturais-educacionais de 'primário', 'inculto', 'indouto', e 'juvenil-popular de daaahhhh!!!!"... A esquerda - principalmente a do BE - como novo criador e intérprete da moral e bons costumes, vê no 'conservador' como que o supremo pecador, e no 'conservadorismo' e em ter 'convicções' o supremo pecado, réu de juízo e merecedor de inferno."
"Não, não está errado ter convicções", acrescenta, "a esquerda bate-se por convicções. O errado é que elas sejam diferentes das que a esquerda - ou certa esquerda -, a nova e auto-proclamada guardiã da árvore do fruto do bem e do mal, advoga... E o Sr. Presidente da República foi culpado disso. Culpado de ter convicções".
Os meios de comunicação social deixam passar facilmente esta mensagem, trucidando, crucificando tudo o que não é, na sua visão monolítica do mundo e da vida, "politicamente correcto". "Sara Palin, acrescenta Rui Duarte, "tem convicções. Cristã, evangélica, é contra o aborto, a favor da abstinência sexual antes do casamento, contra a legitimidade de uma união matrimonial entre indivíduos do mesmo sexo". Por isso é tão atacada. Explora-se a sua vida familiar, a sua vida religiosa, interpretam-se descontextualizada e enviesadamente as suas convicções, para se criar um caso e a expor ao ridículo.
"Na qualidade de cristãos", acrescenta ainda Rui Duarte, "temos o direito de defender Cristo, a sua doutrina, a sua moral, de anunciar e de pautar a nossa vida, pensamento e discurso pelo paradigma de Cristo... É o mesmo direito que assiste aos outros, como a esquerda, do BE, do PCP, do PS e de parte do PSD, de pautar a sua vida por Marx, Trotsky, Olof Palme, Sá Carneiro, ou outro qualquer." Mas esse direito, em nome do seu direito, eles o negam a todo o cristão que é mais assumido e consequente na defesa das suas convicções!
Democracia, por que códigos de convicção e conduta se pauta a tua liberdade? Ou será que a estás a perder? Melhor, a sacrificar à 'divindade' do 'politicamento correcto'?