terça-feira, 23 de setembro de 2008

Não sejas mera sombra ou eco

Identifico-me com John Piper quando, em síntese, diz: Deus fez-nos com o mais sublime propósito. "Tudo foi criado por meio dele e para ele" (Colossenses 1:16). É esta a razão por que existimos: manifestar a glória de Deus. Fomos criados para engrandecer a Deus, e a nossa glória consiste em dar-lhe glória. Não cumprir este propósito corresponde a ser uma mera sombra do destino que Deus se propôs dar-nos.
De facto, nós não fomos criados para ser apenas ecos e sombras. "Fomos criados para termos as características do nosso Deus, para fazermos música divina e causarmos um impacto divino... Mas quando os homens abandonam o seu Criador e amam mais as outras coisas, eles se tornam semelhantes às coisas que amam - insignificantes, fúteis, sem valor, inconsequentes e depreciadores de Deus".
Dar glória a Deus é, pois, a razão última da nossa vida. Por essa razão, a nossa sexualidade foi redimida ("Fugi da impureza... Porque fostes comprados por bom preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo" - I Coríntios 6:18, 20). Por essa razão, as nossas orações são ouvidas ("E tudo quanto pedirdes em meu nome isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho" - João 14:13). Por essa razão também, praticamos boas obras ("Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus - Mateus 5:16).
Não sejas apenas um eco, uma mera sombra do que estás destinado a ser. Desperta do sono de uma existência fugaz neste mundo de sombras. Sê verdadeiramente um discípulo de Jesus Cristo.
"Ó Pai, como tememos o desperdício dos nossos anos!
Perdoa-nos por amarmos o envolver-nos com coisas vazias
E por nosso pequeno amor para contigo.
Faze-nos perceber a fé letal em ídolos inocentes.
Dá-nos ser sadiamente livres de todas as joias sem valor.
Faze-nos levar o peso de glória
E torna-nos mais semelhantes a teu Filho.
Em seu nome todo-sustentador, oramos. Amém."

(John Piper
, Penetrado pela Palavra, 23-26)

2 comentários:

rui miguel duarte disse...

Caro Professor,
Recebi a sua mensagem com o URL do seu novo blog. Suponho que o Hermeneuma está esquecido?
Virei aqui visitá-lo de quando em vez.
Um abraço

Anónimo disse...

A minha luta espiritual sempre foi travada entre duas instâncias: o Orgulho e Deus. O Orgulho sempre se serviu do argumento da separação ontológica da criatura face ao Criador pautando Este último como desnecessário à minha subsistência. Acabo sempre por cair neste tipo de argumentação que se prova mais cedo ou mais tarde falaciosa uma vez que não é verdade que desejemos que a nossa essência esteja separada do nossso Criador - ele é-nos essencialmente imprescindível apesar da nossa autonomia ontológica. Ainda que esta batalha seja-me existencial (creio que ela o é em qualquer humano), tenho a certeza, fundada na Fé, de que Deus salvar-me-á constantemente de mim, i.e., do meu Orgulho que fala com sabedoria demasiado pequena. Que pode o meu Orgulho contra o Senhor Soberano que me forjou para a Felicidade? E isso deixa-me sempre na paz devida depois da guerra...