sábado, 14 de fevereiro de 2009

Melhor é Sofrer o Mal do que Fazê-lo

Foi o filósofo Sócrates quem há perto de dois milénios e meio fez esta afirmação, por saber que o mal corrompe a alma na sua essência, e que apenas destrói aquele que o pratica. E não é de espantar. Esse mesmo princípio ético permeia a Escritura inteira desde o Génesis ao Apocalipse. Aflora sobretudo no verbo divino de Jesus. Ninguém como Ele sofreu os efeitos do mal: do ódio, da inveja, da calúnia e difamação, da própria violência assassina; mas triunfou e eternamente reina. Onde estão, porém, aqueles que O atingiram? Companheiros como Judas, irmãos de raça como os fariseus, mestres, como os escribas e os doutores da Lei? “Aquele que difama o seu próximo às escondidas”, diz o Senhor, “Eu o destruirei” (Salmo 105:5).

Daí a exortação permamente do Evangelho ao amor: “Porque esta é a mensagem que dele ouviste desde o princípio: que nos amemos uns aos outros; não como Caim que era do maligno e matou o seu irmão. E por que causa o matou? “Porque as suas obras eram más e as do seu irmão justas” (I João 3:11-14); mas como Jesus, que se entregou a si mesmo, por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Efésios 5:22). “Qualquer que aborrece a seu irmão” acrescenta o apóstolo do amor, “é homicida”; e há palavras que são mais letais do que setas duplamente envenenadas.

Se sofreres, irmão, a injustiça; se algum dia te encontrares em situção idêntica à do salmista David quando, na sua inocência, clamou por justiça divina, ao ser mortalmente afrontado por um amigo (Salmo 55:1-4, 12-13); sim, se alguma vez suprimirem a verdade dos factos para fazerem valer contra ti argumentos sem fundamento, mesmo depois de andares a primeira e a segunda milha, lança, como o salmista, “o teu cuidado sobre o Senhor e Ele te sustentará”, pois nunca permitirá que o justo seja abalado; ama quem quase te matou, no íntimo do teu coração perdoa-lhe, e se ele te procurar, recebe-o. Tu sabes bem que, se for crente jamais terá paz enquanto não der esse passo; enquanto não confessar o seu pecado e dele não fizer a justa reparação, sofrerá e agonizará, porque nele a consciência divina não dorme. Apieda-te dele e intercede a seu favor. Contemplarás assim a tua missão e a sublime paz de Jesus te amparará.

Sim, lembra-te de que pior é fazer o mal do que sofrê-lo. Aceita submissamente a exortação autorizada da Escritura e procura viver segundo ela. Só assim serás verdadeiramente feliz e a paz de Deus encherá toda a tua vida.

“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão e longanimidade; suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra o outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição; e a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações, e sede agradecidos” (Colossenses 3:12-15).

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